Na tarde do passado dia 24, os alunos do Externato, desde o Pré-Escolar participaram numa aula-concerto, dinamizada pela banda Teach Peace, formada por docentes do Externato João XXIII, que contou com a colaboração do Coro, orientado pela professora Filipa Tavares.
Colaboraram também como vocalistas as professoras Catarina Vargas e Tânia Oleiro e a professora Rita Prelhaz, como teclista.
Na intervenção inicial, o professor Nuno Almeida explicou que o dia em que se comemora os 50 anos do 25 de abril de 1975, é “um dia especial, pois significa que vivemos em Liberdade faz 50 anos”
“Por essa razão, (…) irão ouvir músicas e poemas da Liberdade. O objetivo é reforçar que devemos valorizar essa liberdade que foi conquistada, que muitos antes de nós, aqueles com a idade dos vossos avós, lutaram para a conseguir. Durante mais de 40 anos, houve censura, o que impedia quem viveu nessa época de dar a sua opinião, de cantar, de ler e de pintar o que quisesse”, elucidou Nuno Almeida.
No iniciou-se com o professor João Demony a declamar o poema “A cor da Liberdade” de Jorge de Sena.
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
O Coro do Externato e a Banda Teach Peace interpretaram canções de José Afonso, de Vitorino Salomé, de Paulo de Carvalho e de Ermelinda Duarte.
Na sua intervenção, o prof. Nuno Almeida explicou que “durante a ditadura do Estado Novo, devido à da censura, os artistas tiveram de ser mais criativos, usando metáforas, e escreveram e pintaram de forma dissimulada algumas mensagens” e destacou a pintora Vieira da Silva, Manuel Freire, Ary dos Santos, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre, José Mário Branco, entre muitos outros.
Por fim, a Banda recordou a canção que serviu de 1ª senha para a Revolução, música que tinha vencido em março, a Eurovisão nacional. Paulo de Carvalho, “Depois do Adeus” e a canção de Zeca Afonso “Grândola” (2ª senha).
A aula-concerto terminou com o Poema declamado por João Demony “Esta é a madrugada que eu esperava” de Sophia de Mello Breyner
“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo”