Foi criado enquanto meio de desenvolvimento da personalidade de cada aluno/a, através da aprendizagem e aperfeiçoamento das suas muitas e eficientes técnicas, sendo considerado um sistema educacional único e extremamente rico.
Conheceu um grande desenvolvimento nas últimas décadas, sendo praticado por cerca de 1,5 milhões de crianças, mulheres e homens em 35 países nos cinco continentes, entre os quais os países irmãos de Brasil e Timor-Leste.
Em Portugal existe desde 1975, contando a Federação Portuguesa de Shorinji-Kempo (FPSK) com cerca de 300 praticantes activos em nove associações locais/regionais.
Há apenas um Shorinji-Kempo no mundo e uma organização mundial, cuja líder é a Sr.ª Yuuki So (filha do Fundador), sendo uma arte extremamente unida em torno dos seus objectivos mais profundos de contribuição para a construção de um mundo melhor.
“Tudo depende da qualidade da pessoa!”
– Uma Disciplina que desenvolve as pessoas…
“A pessoa, a pessoa, a pessoa! Tudo depende da qualidade da pessoa”. Este pensamento de Kaiso reflecte bem a filosofia do Shorinji-Kempo, que se preocupa em contribuir para a educação moral e cívica de crianças e jovens, não tendo por isso como objectivo principal a competição e as vitórias, mas sim o desenvolvimento físico, metal e espiritual dos/das praticantes (“Kenshi”).
A competição não é, pois, incutida e é praticamente inexistente; pelo contrário, é dada ênfase à evolução pela colaboração e cooperação mútuas entre as/os alunas/os, procurando assim alcançar-se os objectivos de melhoria da auto-confiança e auto-estima e do elevado respeito por todos/as, independentemente das diferenças que existam (de género, idade constituição física, credos, outras).
As Técnicas de Shorinji-Kempo
Através da aprendizagem e prática empenhada das inúmeras técnicas de Shorinji-Kempo (no total são mais de 600…) o/a aluno/a aumenta a sua auto-confiança, a sua coragem e a sua energia, tornando-se ao longo dos anos (e de acordo com a sua idade e maturidade) um ser com compaixão e sentido de justiça, que se preocupa igualmente com o bem estar dos que o rodeiam, não apenas consigo.
As técnicas de Shorinji-Kempo dividem-se em três áreas famílias: Goho, Juho e Seiho. Goho é o conjunto de técnicas ditas “duras”, como defesas e (contra-) ataques; Juho engloba as técnicas ditas “Suaves”, ou seja as inúmeras libertações, torções, chaves, controlos, permitindo a pessoas de qualquer constituição física defenderem-se eficazmente; Seiho é o grupo que inclui as técnicas de aplicação nos meridianos (pontos de pressão) do corpo humano, tradicionais na medicina oriental (aprendidos em especial em níveis mais elevados de graduação), incluindo a massagem e correcção postural.
Em cada aula é praticada meditação, como forma de permitir uma melhor consciência do Eu, bem como de acalmar e tranquilizar a mente e corpo dos/das alunos/as no início (ou final) de um atarefado e movimentado dia de aulas…
Como se faz a progressão em Shorinji-Kempo?
O mérito e o esforço são recompensados, independentemente das capacidades naturais dos/das Kenshi (praticantes), incluindo crianças com características especiais ou deficiências.
Ao longo de cada época os/as alunos/as são ensinados nas diversas técnicas base, princípios e história do Shorinji-Kempo, sendo a avaliação feita em cada aula pela observação do seu empenho, dedicação, disciplina e entreajuda. Ao longo da época, e por indicação do mestre (que os propõe), os/as alunos/as realizam momentos de avaliação (provas) para confirmar os seus conhecimentos e aprendizagem física e moral, e poderem subir de graduação (mudar de cinto), o que lhes permite também mais algumas tarefas e uma maior responsabilidade na classe (de apoio ao mestre, colaboração e transmissão de conhecimentos aos mais novos, entre outras).
As graduações em Shorinji-Kempo são as seguintes:
- Minarai (Iniciado) – cinto branco
- 6º Kyu – cinto branco-vermelho
- 5ª Kyu – cinto amarelo
- 4º Kyu – cinto laranja
- 3ª Kyu – cinto verde
- 2º Kyu – cinto azul
- 1º Kyu – cinto castanho
- 1º Dan – cinto negro 1º nível avançado
- 2º Dan – cinto negro 2º nível avançado
- (Sucessivamente até 9º Dan…)
Reconhecimento do Shorinji-Kempo
O professor responsável pelo ensino do Shorinji Kempo no Externato João XXIII é o Mestre Nuno Albuquerque (42 anos, técnico de natação de profissão, pai de duas crianças e casado com outra professora de Shorinji Kempo), que se iniciou na arte em 1986 no Dojo do Clube Atlético de Alvalade (Lisboa), tendo começado a ensinar logo em 1988.
Em 1996 atingiu o grau de mestre (ao ser 3º Dan) reconhecido pela Organização Mundial de Shorinji-Kempo (WSKO), sendo 4º Dan Seikenshi desde 2004 (quarto mais graduado em Portugal, logo após os grandes mestres Fausto Carriço, Carlos Ramires e José Araújo).
Já frequentou dezenas de acções de formação em Portugal, Espanha, Itália, França, Grã-Bretanha e Japão, país onde já esteve por seis vezes, nomeadamente na sede do Shorinji-Kempo (Hombu), na pequena cidade de Tadotsu (a cerca de 700 km a sul de Tóquio). Representou por diversas vezes a selecção de Portugal em encontros europeus e mundiais enquanto praticante e enquanto antigo director técnico nacional da FPSK.