Ao longo deste processo, a relação que a criança e o jovem estabelecem com o mundo, particularmente no desenrolar das suas tarefas quotidianas (atividades escolares, tarefas domésticas, divertimentos, férias…), assume grande importância.
É através destas experiências, entre outras, que os jovens começam a explorar o mundo das profissões. Estas experiências podem ser desafiantes e mais enriquecedoras, se associadas aos seus interesses, gostos e motivações.
Deste modo, pode dizer-se que o desenvolvimento vocacional dos jovens está relacionado com o seu interesse pelas atividades profissionais, com a vontade de as conhecer, de questionar os profissionais que as desempenham e, até, de as experimentar. O jovem vai, assim, construindo uma maneira própria de ver e de se posicionar face às diversas experiências de vida.
É na família, principalmente com os pais, que tem início a construção da relação da criança e do jovem com o mundo.
As atividades que os pais e encarregados de educação desenvolvem com e para o jovem, influenciam o seu desenvolvimento vocacional. Deste modo, e apesar de transmitirem aos filhos os valores que eles próprios, enquanto pais, consideram importantes para a progressão académica e para o seu sucesso como futuros profissionais, é importante que sejam também capazes de valorizar a autonomia dos seus filhos.
O final do 9º ano de escolaridade é o momento em que, pela primeira vez, o jovem é confrontado com a necessidade de tomar uma decisão relativa ao seu futuro escolar e/ou profissional.
Pretende-se que essa decisão seja fundamentada na relação que ele foi estabelecendo com o mundo, em termos de satisfação pessoal, de valorização, de gostos e de preferências, bem como enriquecida com a experiência das pessoas que para ele sejam mais significativas.
A necessidade de os jovens se sentirem apoiados pelos seus pais, durante todo este processo, é constante. Pode ser traduzida em atividades simples e quotidianas, a desenvolver em conjunto, tais como:
- procurar acompanhar o processo de orientação vocacional do seu filho;
- colaborar em atividades diretas de contacto com o mundo das profissões;
- discutir quais os seus interesses profissionais e quais os aspetos considerados importantes no desempenho de uma profissão;
- analisar e discutir as diversas alternativas de formação (cursos científico-humanísticos ou profissionais);
- analisar o percurso escolar do jovem (disciplinas que mais/menos gosta, disciplinas onde apresenta mais/menos sucesso);
- falar abertamente sobre os possíveis riscos, vantagens e consequências das diferentes opções consideradas, com vista a uma decisão realista;
- e responsabilizar o jovem pela tomada de decisão relativa ao seu percurso escolar e profissional.
Concluindo, os pais/encarregados de educação podem ajudar os jovens dialogando sobre os seus sonhos, fantasias e projetos para o futuro, esclarecendo as diferentes oportunidades de formação oferecidas pelo sistema educativo, assim como podem estimular a realização de atividades que lhes permitam contactar escolas com diferentes cursos e desenvolver experiências de trabalho nos tempos livres e nas férias.
O objetivo principal passará sempre por criar um espaço de diálogo entre o jovem e a sua família, facilitador de reflexão e discussão destas experiências.