Psicologia Educacional

A Psicologia Educacional ou Escolar é a área da Psicologia que se debruça sobre o processo de ensino e aprendizagem.

A Psicologia Educacional ou Escolar é a área da Psicologia que se debruça sobre o processo de ensino e aprendizagem.

Cruza-se assim frequentemente com a Psicologia de Desenvolvimento, que procura compreender o que se desenvolve e modo como tal acontece, desde a concepção até à morte. A Psicologia Educacional busca incessantemente respostas para questões tais como: quais os mecanismos de aprendizagem promotores de desenvolvimento? quais as metodologias educacionais mais eficazes?; e qual o contexto escolar mais eficiente? A sua abrangente consideração estende-se da especificidade do indivíduo até à política institucional por ele frequentada.

No seguimento do enunciado, a nossa abordagem enquadra-se numa Perspectiva Bio-Ecológica (Bronfenbrenner), onde apesar da criança se manter no centro das atenções (Piaget) permite ao outro (educador, colega) um papel regulador (Vigotsky), partilhando assim as responsabilidades no que à construção de conhecimento diz respeito. A cultura assume um papel mediador preponderante, estabelecendo a ponte entre a maturação e os factores exógenos, facultando, dessa forma, a absorção e edificação de significados.

Assume-se a importância inequívoca de todos os contextos, desde os mais visíveis, onde a criança se encontra presente, até aos mais discretos onde a influência é exercida de modo indirecto.

A consistência deste quadro teórico conduz-nos a uma abordagem interdisciplinar, que não só poderá envolver outros técnicos, como apenas se concretizará caso seja capaz de abarcar os vários intervenientes do maior número possível de contextos, tornando-os parte integrante de um trabalho que se quer cooperado.

Este perspectivar da criança com certeza não se efectuaria, se o mesmo não acontecesse em relação às diferentes áreas que a constituem, privilegiando a sua totalidade, condensando e relacionando a componente cognitiva, comportamental, emocional e afectiva entre outras, que mais não são do que uma identidade, isto é, a própria criança.

Estando o bebé, a criança, o pré-adolescente ou adolescente no centro das nossas preocupações, não restaria outra opção que não o envolvimento de todos os agentes educativos, activos essenciais a uma Intervenção Precoce, que demanda a prevenção em detrimento do acto que procede manifestações cujos avanços apenas podemos remediar.

Aliados deste tipo de Intervenção são procedimentos que se pautam por uma avaliação contínua e pela já referida intervenção interdisciplinar. Esta premissa pressupõe a interacção entre todas as valências da nossa instituição, relacionando-as e percebendo as suas implicações, materializando desta forma um acompanhamento que se pretende contínuo. Serão assim mais perceptíveis as continuidades e descontinuidades que vão caracterizando o desenvolvimento da criança.

Assumimo-nos como (mais) um mero actor, alguém cujo humilde contributo poderá servir como mediador, desencadeando em conjunto o ambicionado desenvolvimento, respeitando ritmos e valores dos quais não abdicamos e que defendem acima de tudo a construção de Autonomia.

Enunciam-se agora as funções e respectivas metodologias, que permitem caracterizar este Serviço de Psicologia Educacional.

Funções

  • intervenção precoce;
  • desenvolvimento de um trabalho cooperado com os pais, educadores, professores e outros agentes educativos;
  • acompanhamento psico-pedagógico;
  • despiste e possível sinalização de problemas de desenvolvimento;
  • promoção de estratégias que potenciem o desenvolvimento cognitivo (atenção, concentração, memória, percepção, raciocínio), afectivo-social (autonomia/ personalidade/ regras), emocional, psicomotor, comportamental e da linguagem;
  • desenvolvimento de estratégias motivacionais;
  • serviço de psicologia e orientação vocacional (escolar e profissional);
  • métodos e técnicas de estudo;
  • intervenção na elaboração de programas de formação de docentes e inovação educativa;
  • cedência de informação sobre as variáveis que influenciam a actividade docente

Metodologias

  • avaliação colectiva ou individual;
  • entrevistas;
  • observação em diferentes contextos (e.g. sala de aula, recreio);
  • dinâmicas de grupo/ role-playing;
  • sessões de grupo com educadores e professores;
  • participação activa, promoção da tomada de decisão, responsabilização;
  • incentivo de iniciativas de cariz desportivo-cultural;
  • conversas/colóquios/conferências sobre temáticas propostas por alunos, educadores, professores e pais.

A Psicologia Educacional na escola não deve ser encarada como um recurso para evitar o fracasso escolar ou melhorar o rendimento dos alunos, pois estes objectivos atingem tal dimensão que só se cumprirão com o envolvimento de todos sem excepção. Porém oferece quadros teóricos, metodologias e instrumentos, em suma práticas educativas, que fomentam a reflexão, a avaliação contínua e a intervenção pluridisciplinar, que podem caso a caso fazer a diferença.